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domingo, 12 de junho de 2011

Flumine Mulata

















A cidade me canta
Requebra, samba, beleza tanta
Dissimulada me amarela o sorriso
Mulata pólis, não é santa
Clamo pela cidade:
"Donde estás pueril amor?"
Ela sedutora me atropela
Passa em mim feito trator
Moça experiente, brejeira
Segue mirando meu corpo, bronze
Cenário de cinema
Filme antigo Fellinie onze
Milímetros de película, e gran finale
Vem o lógos, inspiração
Dois beijos pelo ar, outro na flor em botão
Des-arranjo
a letra, des-invento a sequencia
Me goza a palavra tão ana-grama: "paixãocorcalor"
Repito com sotaque, aquele bico na vogal "u"
Bem francês sabe?
"Paixãocôrcalôr"
Nas areias o brinde
Água de côco, mate limão, mergulho
Água do mar é o suor da cidade
Marula salgada que me beija
Deleito eleito que sou amante
Maior que se vai atrás do monte, o Astro
"Dois irmãos" no crepúsculo é o carinho
Da mulata brejeira tão flumine
A cidade me é verão na primavera
quando estou inverno, me sentindo outono.

(Denilson Prata)